sexta-feira, 5 de junho de 2009

Trocarias a tua liberdade por uma segurança fingida?


Recentemente, na nossa faculdade, foi-nos exigido a nós estudantes o levantamento de um cartão pessoal novo, que nos identifica como alunos da faculdade. No entanto, algo os diferencia dos anteriores, estes abrem e fecham portas e ainda mais, estão ligados ao sistema central da faculdade.

Qual o objectivo do uso de cartões magnéticos numa faculdade, quanto mais pública? Qual a necessidade de prender os alunos a um movimento rotineiro e desnecessário, comprometedor da liberdade de circulação pela faculdade? Segundo os órgãos executivos da faculdade o problema é os roubos que têm vindo a aumentar nos últimos tempos na nossa faculdade. No entanto, aparte de uma ou outra história pontual de roubo de material informático este ano, não tem chegado aos ouvidos dos alunos novas sobre essa intensa vaga de furtos que nos querem fazer pensar…De qualquer forma, não seria um cartão magnético que pararia alguém de entrar e roubar o que quisesse, só dificultaria um pouco as coisas. Mas se a falta de segurança não é o problema real, então qual é a função do novo sistema de abertura de portas ligada aos novos cartões?

O medo sempre foi usado pelos superiores hierárquicos como forma de controlar as massas e hoje parece que se mantém. Com o medo de perder os seus bem materiais e a sua segurança face aos “recentes” e “constantes” furtos os alunos aceitam o novo sistema de segurança com leviandade e algum desprezo, sem ter em conta que os novos cartões que além de serem produzidos por um banco privado (mesmo sendo usados numa instituição pública) servem para controlar os movimentos dos alunos e dos professores, com a ajuda das muitas câmaras que se encontram espalhadas pelos vários edifícios. Aos cartões foi acrescentado o seguinte:

«A implementação deste sistema de controlo de acessos, está totalmente assegurado e visará no futuro que os acessos sejam controlados automaticamente 24 horas por dia, todos os dias do ano.»

Esta frase é típica de uma sociedade na qual o valor maior é uma suposta segurança, uma segurança disfarçada pois a verdadeira segurança é impossível de existir sem liberdade.

Aos estudantes foi simplesmente exigido que levantassem os novos cartões e os usassem para as suas funções de abrir e fechar portas, controlar as entradas e saídas… Mas estarão os estudantes dispostos a trocar a sua liberdade por uma segurança mentirosa? Que é a faculdade sem os estudantes? Não são estes a base de funcionamento desta instituição de ensino? Que sejamos ouvidos!


João Reis e Inês Martins

1 comentário:

  1. por acaso acho que isso é um exagero e que não há problema nenhum de usar o cartão e que a par das câmaras de vigilância é só bom para os estudantes porque eu sei de muitas pessoas que não são da FCUL e vão para lá beber café e recrutar fiéis para as suas igrejas e também acho que não fazia sentido nenhum qualquer pessoa puder entrar na fcul porque podia roubar o que quiser e vandalizar tudo, esta segurança toda é só para o nosso bem e é um exagero dizer que põe em causa a nossa liberdade! ;D

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