sexta-feira, 5 de junho de 2009

As Peripécias do Conselho Fiscalizador


Após a inoperacionalidade durante um semestre inteiro, o Conselho Fiscalizador da AEFCL voltou a entrar em actividade e desta vez em força, com três reuniões e mais uma por realizar na presente semana, o que perfaz um total de quatro reuniões em menos de um mês.
E porquê tanta actividade perguntarão os incautos, ao que respondo que todo este fulgor se deve à necessidade de pôr a claro a actividade da nossa Associação de Estudantes a todos os seus membros, entre os quais os estudantes da FCUL.

De acordo com os estatutos da AEFCL o Conselho Fiscalizador tem como obrigação fiscalizar toda a actividade da AE para além de emitir parecer fundamentado sobre a actividade e contas da Associação de Estudantes e velar pelo cumprimento dos estatutos. Como tal eu e o meu colega João Reis, membros eleitos do Conselho Fiscalizador pela lista E, sentimo-nos na necessidade de convocar uma reunião do Conselho Fiscal que daria azo a mais duas.

O primeiro tópico que vimos necessário esclarecer foi a demissão do ex-Presidente Pedro Silva, pois sentíamos e sentimos que não houve até hoje informação nem aos alunos (a qual não é necessária, no entanto trata-se de um Presidente!) nem ao Conselho Fiscalizador o que é grave.

Para além deste ponto exigimos também saber porque não se publicavam os ditos cujos Improps, ou aliás porque é que apenas se tinha publicado um até Maio o que perfazia um total de um Improp em oito meses. Jornal este, que caso não se saiba se tratava de um meio bastante importante de informar e se impor perante o autoritarismo fascista e as decisões tomadas após a queda da ditadura, nomeadamente na luta contra as propinas. O que me pareceu na primeira edição deste ano lectivo era que se tratava de mais um jornal de publicação de actividades recreativas, ao que me opus.

Sentimo-nos também na necessidade de clarificar a actual situação da AAUL e as suas dívidas. Mas falar da AAUL porquê, a actividade da AAUL tem de ser fiscalizada pelo CF da AEFCL? Não, no entanto ao que parece a AAUL tem uma elevada quantia em dívidas e como tal quisemos deixar a claro se a AEFCL teria ou não de se encarregar de parte dessas dívidas, visto que é membro integrante da mesma. Para além disso estávamos até à bem pouco tempo em período de entrega de candidaturas à AAUL as quais não surgiram e como tal foi prolongado o prazo de candidatura. Para além disso a maior parte dos alunos não sabe minimamente o que é a AAUL nem que objectivos a regem e actividade da AEFCL nada ajuda na sua divulgação.

Achámos também necessário que a AEFCL tomasse uma posição relativamente à polémica questão dos Cartões de Estudante que englobasse a opinião dos alunos. Portanto foi proposto por mim e pelo meu colega que se convocasse uma RGA por parte do CF, que envolvesse todas estas questões e ainda outras questões que urgem nos dias de hoje na nossa tão amada FCUL.

As outras questões prendem-se em primeiro lugar com os Espaços Estudante. Tome-se portanto o seguinte exemplo: duas pessoas, de cursos diferentes mas com cadeiras comuns, uma pertencendo a Matemática e a outra pertencente a Geologia pretendem fazer um trabalho em conjunto. Ambas podem entrar no edifício C6 no entanto têm de permanecer em salas distintas já que são de cursos diferentes. Como aluno e mesmo em termos de logística quanto às tarefas dos seguranças não vejo porque não se possa permitir o livre acesso de ambos os estudantes a ambos os espaços. Termino o exemplo pensando que tal não faz sentido e como tal achando necessário o livre acesso de qualquer estudante a qualquer espaço estudante que exista.

Em segundo lugar e por último mas não menos importante encontra-se um outro assunto que também tem gerado muita polémica que é a novíssima Época Específica à qual a maioria dos alunos se opõe de maneira a que também urge discutir e tomar uma posição relativamente este tão controverso assunto.

Enfim estes são os assuntos que duma forma geral foram discutidos em plenário pelos membros do Conselho Fiscalizador, no entanto não todos os que gostaria de discutir mas os que mais importam nos dias que hoje correm. Para além destes gostaria também que se soubesse que foi pedido em reunião do CF que se procedesse à antecipação das eleições para a AEFCL pela quase inactividade ao nível de alguns departamentos e pelas demissões a que se procedeu sem a devida comunicação aos órgãos responsáveis. No entanto após deliberação minha e do meu colega e dos restantes membros do CF ficou decido que não seria a melhor altura para os alunos desta Faculdade pois iria apanhar por completo a época de exames e como tal iria afastar a massa estudantil da participação eleitoral que é um dos principais objectivos da nossa Associação. Para além disso achámos também que seria injusto para as listas que viessem a concorrer pelas mesma razões, pois apesar de tudo as pessoas que concorrem nessas listas são em primeiro lugar alunos.

Esperamos uma construtiva discussão nas reuniões que se seguem, nas quais irão ser discutidos os relatórios de contas da AEFCL.
Por minha parte é tudo.


Fábio Silva

Processo de Bolonha em Biologia

O curso de biologia, como muitos outros, foi encurtado de 5 para 3 anos devido ao processo de Bolonha sendo que para isso tiveram que ser retirados conteúdos e outros comprimidos. O 5º ano era um ano de estágio que dava experiência aos antigos estudantes de biologia. Quem entre para o curso de biologia actualmente depara-se com um curso muito condensado e onde se aprende menos que antes de Bolonha. Existem cadeiras que anteriormente estavam separadas e eram leccionadas durante dois semestres sendo que a informação é agora dada “a correr” durante um semestre. Há uma cadeira “dupla” que engloba biologia molecular e genética. Pode parecer ridiculo mas estas cadeiras tão importantes encontram-se encolhidas numa só sendo que cada uma é dada em meio semestre. É óbvio que antes de Bolonha os conceitos eram mais aprofundados sendo que saiam do curso biólogos mais completos em termos de informação.

Infelizmente não é só esta falta de informação e o facto de não haver a experiência quase profissional de um estágio, alguém que saia neste momento da faculdade com uma licenciatura em biologia não é biólogo. Este estudante não é reconhecido pela ordem dos biólogos sem ter cinco anos de estudo, ou seja, para se ser aceite pela ordem é necessária a licenciatura e o mestrado.

Não seria melhor uma licenciatura de cinco anos em que se aprenderia mais do que uma de três com conceitos dados de forma menos profunda + mestrado? Só o tempo dirá se as vantagens do processo de Bolonha são suficientes para compensar os efeitos mais nocivos do processo.


Sofia Gonçalves

Biblioteca de Geologia


Desde o início do corrente ano lectivo, que a biblioteca de Geologia encontra-se quase sempre fechada devido à baixa da funcionária. No intuito de não prejudicar os alunos, foi colocada uma funcionária da biblioteca central num regime de part-time, funcionando a biblioteca segundas, quartas e sextas das 14:30 às 17:00.
Para além de impossibilitados de aceder a bibliografia apenas existente nesta biblioteca em todo o campus da UL, os alunos de Geologia deparam-se com o impedimento de não poderem consultar estes documentos, devido à inexistência de um horário compatível. Não só se encontram sem um sítio onde procurar informação para realização de trabalhos ou teses de mestrado ou doutoramento como um local onde possam estudar.
Esta situação é, assim, incomportável pelo que solicitamos o funcionamento da biblioteca em horário completo.

Catarina Silva e Luísa Martins

Trocarias a tua liberdade por uma segurança fingida?


Recentemente, na nossa faculdade, foi-nos exigido a nós estudantes o levantamento de um cartão pessoal novo, que nos identifica como alunos da faculdade. No entanto, algo os diferencia dos anteriores, estes abrem e fecham portas e ainda mais, estão ligados ao sistema central da faculdade.

Qual o objectivo do uso de cartões magnéticos numa faculdade, quanto mais pública? Qual a necessidade de prender os alunos a um movimento rotineiro e desnecessário, comprometedor da liberdade de circulação pela faculdade? Segundo os órgãos executivos da faculdade o problema é os roubos que têm vindo a aumentar nos últimos tempos na nossa faculdade. No entanto, aparte de uma ou outra história pontual de roubo de material informático este ano, não tem chegado aos ouvidos dos alunos novas sobre essa intensa vaga de furtos que nos querem fazer pensar…De qualquer forma, não seria um cartão magnético que pararia alguém de entrar e roubar o que quisesse, só dificultaria um pouco as coisas. Mas se a falta de segurança não é o problema real, então qual é a função do novo sistema de abertura de portas ligada aos novos cartões?

O medo sempre foi usado pelos superiores hierárquicos como forma de controlar as massas e hoje parece que se mantém. Com o medo de perder os seus bem materiais e a sua segurança face aos “recentes” e “constantes” furtos os alunos aceitam o novo sistema de segurança com leviandade e algum desprezo, sem ter em conta que os novos cartões que além de serem produzidos por um banco privado (mesmo sendo usados numa instituição pública) servem para controlar os movimentos dos alunos e dos professores, com a ajuda das muitas câmaras que se encontram espalhadas pelos vários edifícios. Aos cartões foi acrescentado o seguinte:

«A implementação deste sistema de controlo de acessos, está totalmente assegurado e visará no futuro que os acessos sejam controlados automaticamente 24 horas por dia, todos os dias do ano.»

Esta frase é típica de uma sociedade na qual o valor maior é uma suposta segurança, uma segurança disfarçada pois a verdadeira segurança é impossível de existir sem liberdade.

Aos estudantes foi simplesmente exigido que levantassem os novos cartões e os usassem para as suas funções de abrir e fechar portas, controlar as entradas e saídas… Mas estarão os estudantes dispostos a trocar a sua liberdade por uma segurança mentirosa? Que é a faculdade sem os estudantes? Não são estes a base de funcionamento desta instituição de ensino? Que sejamos ouvidos!


João Reis e Inês Martins

Quem é O Mocho?

O Mocho é um movimento criado por um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências que defendem um ensino superior de qualidade e acessível para todos com o objectivo de denunciar o que está mal no ensino superior. Actualmente os estudantes defrontam-se com impedimentos monetários, através de políticas como o RJIES, Bolonha e propinas, e falta de condições, como na FCUL, onde existem diversos problemas em que há falta de material nos laboratórios, espaços de estudo insuficientes, bibliotecas com horário de funcionamento insuficiente, edifícios a necessitar de obras imediatas, etc, que podem ser impeditivos na continuação dos estudos por parte dos estudantes.

Para que o ensino superior melhore as suas condições é necessário que os estudantes participem na vida estudantil apontando para o que está mal e propondo soluções para os problemas. Junta-te ao Movimento O Mocho e faz dele a tua voz!